sexta-feira, 9 de outubro de 2009

PGL Portugal.

Só em 2009 é que Moçambique deverá ratificar o Acordo Ortográfico da língua portuguesa, segundo revelou à Lusa o ministro moçambicano das Relações Exteriores, Oldemiro Balói.

O ministro, que se encontra nestes dias em visita oficial em Lisboa, reconheceu «alguns atrasos» a respeito do assunto mas disse que estão «trabalhando a todo o gás» para ratificar o acordo, pois para Moçambique o português é «uma garantia de unidade nacional».

Sempre segundo a Lusa, Oldemiro Balói enfatizou que a questom tem de ser ainda alvo de um «amplo debate nacional», mas deixou claro que o acordo será aprovado e ratificado em 2009.


http://www.pglingua.org/index.php?option=com_content&view=article&id=313:mocambique-aprovara-acordo-ortografico-em-2009-&catid=2:informante&Itemid=74

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Moçambicano contra o acordo ortográfico.

Moçambique sabe que os mulungos de Lisboa fizeram um acordo ortográfico com aquele tocolocma do Brasil que tem nome de peixe. A minha resposta é: naila. Os mulungos não pensem que chegam aqui e buissa saguate sem milando, porque pensam que o moçambicano é bongolo. O moçambicano não é bongolo não; o moçambicano estiva xilande. Essa bula bula de acordo ortográfico é como babalaza de chope: quando a gente acorda manguana, se vai ticumzar a mamana já não tem estaleca e nem sequer sabe onde é o xitombo, e a gente arranja timaca com a nossa família.

E como pode o mufana moçambicano falar com um madala? Em português, naturalmente. A língua portuguesa é de todos, incluindo o mulato, o balabasso e os baneanes. Por exemplo: em Portugal dizem “autocarro” e está no dicionário; no Brasil falam “bus” e está no dicionário; aqui em Moçambique falamos “machimbombo” e não está no dicionário. Porquê? O moçambicano é machimba? Machimba é aquele congoaca do Sócrates que pensa que é chibante e que fuma nos tape, junto com o chiconhoca ministro da economia de Lisboa. O Sócrates não pensa, só faz tchócótchá com o th’xouco dele e aquilo que sai é só matope.

Este acordo ortográfico é canganhiça, chicuembo chanhaca! Aqui na minha terra a gente fez uma banja e decidiu que não podemos aceitar.



http://espectivas.wordpress.com/2008/05/15/mocambicano-contra-o-acordo-ortografico/

Dia 4 de outubro de 1992


Comemora-se a 4 de Outubro quinze anos de paz e reconciliação nacional alcançadas com o Acordo Geral de Paz, assinado em Roma, em 1992, entre o Governo moçambicano e a Renamo. Pôs-se fim a uma guerra que devastou a economia nacional e teve consequências trágicas para a população. Na origem desta guerra estão vários factores sendo de destacar as grandes tensões político-militares que, desde 1975 (ano da independência), se fizeram sentir entre Moçambique e os países vizinhos da Rodésia e África do Sul. Estes dois países, cujos governos, de fortes características coloniais, temiam o avanço do socialismo pela África Austral, desencadearam, desde 1976, várias operações militares em território moçambicano e apoiaram a criação do Movimento Nacional de Resistência (MNR) que integrou moçambicanos opostos ao regime recém-criado da Frelimo. A partir de 1981, uma força da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) foi-se infiltrando no interior de Moçambique, sobretudo na Província de Gaza e espalhou-se rapidamente pelas regiões do sul e do centro. Entre 1982 e 1983, forças da Renamo actuavam nas províncias de Gaza, Manica, Sofala, Tete, Zambézia, Nampula e Niassa e, para sul, em Inhambane e Maputo. A 16 de Março de 1984, as autoridades moçambicanas assinaram o Acordo de Nkomati com a África do Sul. O acordo ditava a cessação do apoio de Moçambique às forças nacionalistas sul-africanas do Congresso Nacional Africano (ANC), com a África do Sul a retirar o seu apoio à Renamo. Todavia, este acordo foi insuficiente para terminar a guerra, uma vez que as actividades da Renamo prosseguiram. Em 1989, o governo moçambicano desenvolveu novos esforços para obter um entendimento que levasse ao fim da guerra civil, causa de pesadas perdas humanas e materiais. Nesta fase, desempenharam um papel importante as Igrejas Católica e Anglicana, o Conselho Cristão de Moçambique e os dirigentes do Quénia e do Zimbabwe. Em 1990, iniciaram-se conversações mais directas e formais em Roma, com o apoio da Comunidade de Santo Egídio e do Governo Italiano. Seguiram-se nove rondas negociais. A 4 de Outubro de 1992, realizou-se em Roma a assinatura do Acordo Geral de Paz, entre o Governo moçambicano e a Renamo, que pôs fim à guerra. O Acordo foi composto por sete Protocolos, que regulavam questões de carácter político, militar e económico. Para a sua implementação foram constituídas Comissões, que funcionaram entre finais de 1992 e finais de 1994, ou seja, por um período aproximado de dois anos. A Comissão de Supervisão e Controlo (CSC) foi o principal órgão coordenador e controlador da implementação do Acordo. Foi criada ao abrigo do Protocolo I e presidida por Aldo Ajello, representante local do Secretário-Geral das Nações Unidas. Integrou uma delegação da Renamo, chefiada por Raúl Domingos e uma delegação do Governo, chefiada por Armando Guebuza. Incluiu representantes da Itália, Portugal, Reino Unido, Estados Unidos da América, França, OUA e Alemanha. A esta Comissão coube: - Garantir as disposições contidas no Acordo Geral de Paz; - Garantir o respeito pelo calendário previsto para o cessar-fogo e para a realização de eleições; - Responsabilizar-se pela interpretação autêntica dos acordos; - Dirimir os litígios surgidos entre as partes; - Orientar e coordenar as actividades das comissões que se lhe subordinaram. Em paralelo, entraram em funções as Comissões subordinadas: - Comissão de Cessar-Fogo (CCF); - Comissão de Reintegração (CORE); - Comissão Conjunta para a Formação das Forças Armadas de Defesa e Segurança de Moçambique (CCFADM); - Comissão Nacional dos Assuntos Policiais (COMPOL); - Comissão Nacional de Informação (COMINFO); - Comissão Nacional da Administração Territorial; - Comissão Nacional de Eleições; - O Tribunal Eleitoral. Nesses dois anos (1992 a 1994), o país passou por profundas mudanças: adopção do multipartidarismo; realização das primeiras eleições multipartidárias, em Novembro de 1994; desenvolvimento de meios de comunicação social independentes; formação de diversas organizações e associações a nível da sociedade civil; passagem de uma economia socialista centralizada para um regime neo-liberal. O Acordo Geral de Paz deu origem ao ciclo político e económico que ainda hoje vivemos em Moçambique.


http://epm-celp.blogspot.com/2008/10/4-de-outubro-de-1992-o-acordo-geral-de.html